Moroni a caminho da aposentadoria política
Erivaldo Carvalho
01 Jun 2009 - 01h52min
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São grandes as chances de uma importante mudança no cenário político local. Um dos personagens mais relevantes das últimas disputas pela Prefeitura de Fortaleza, Moroni Bing Torgan (DEM) prepara-se para deixar a cena pública no Brasil. Membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmon), o ex-deputado federal deverá assumir uma missão em Portugal. Extraoficialmente, o nome dele já teria sido anunciado pela organização mundial, segundo a Coluna apurou. A única pendência que retardaria seu embarque nas próximas semanas seria o processo de aposentadoria do ex-delegado da Polícia Federal – que tramita há mais de um ano – e que estaria em vias de conclusão. Do outro lado do Atlântico, Moroni deverá substituir o advogado norte-americano Craig Terry na liderança de uma força missionária composta por cerca de 150 jovens, no sul de Portugal e ilha dos Açores. O período de trabalho da convocação internacional tem duração de até três anos, em regime de rodízio ao final do período.
ALMAS, VOTOS E HERANÇA
A rigor, Moroni voltará, agora em posição de destaque, às atividades religiosas que já desempenhara na juventude. Dos 20 aos 22 anos, o então jovem membro de uma família mórmon de raízes europeias bateu às portas das casas nos estados de São Paulo e Mato Grosso pregando a palavra de Deus. Um caçador de almas. Muitos anos depois, o já delegado da PF entraria na política, elegendo-se deputado federal pela primeira vez em 1991. Na sequência, foi secretário estadual da Segurança Pública, vice-governador do Estado e deputado federal por mais dois mandatos. Mas foi nas corridas municipais que Moroni atingiu sua melhor performance eleitoral. Dono de um estilo muito peculiar de fazer política – sobretudo por explorar o nicho do combate à violência -, ele tentou, nas últimas três eleições, chegar à Prefeitura de Fortaleza. Em 2004, liderou o primeiro turno. Dois anos depois, perdeu a disputa para o Senado. Desde então, está sem mandato. E por que o novo projeto de Moroni tem potencial vai mexer na arrumação das forças políticas cearenses? Simples. Com a saída dele, uma gigantesca massa de eleitores ficará órfã. Em 2006, nada menos do que 1,68 milhão de cearenses votaram no nome do DEM ao Senado. Na prática, significou mais de 45% dos votos válidos dizendo “não” à coligação vitoriosa de Cid-Pinheiro-Inácio. É um enorme capital político no vácuo, esperando para ser disputado e conquistado.
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